Entretanto, não existem doenças do comportamento. Quando várias pessoas estão gripadas, elas terão sintomas semelhantes e o mesmo remédio servirá para todos. Mas quando alguém está com depressão?
Algumas dormem muito, outras dormem pouco, algumas ficam "falsamente" alegres, outras evitam o contato social e mais: não existe uma terapia ou um remédio específico para todas elas: então por que chamar de doença ou por que ter um nome para comportamentos de pessoas diferentes?
Quando uma pessoa é rotulada com uma doença, ela se alivia: "ufa, a culpa não é minha, foi a doença". Existe uma coisa certa e outra errada nessa frase: a culpa realmente não é da pessoa, mas também não foi uma doença que lhe causou isso, mas uma série de circunstâncias que fizeram com que você se comportasse de determinada maneira e que está sendo ruim.
Rotular torna todos iguais. Os médicos não precisam mais analisar o contexto de cada um, basta chegar ao diagnóstico e um remédio já está pronto para "curar" aquela doença (e eles dizem: mas ainda precisa fazer psicoterapia). Ora! Então não é doença - de novo.
Você acha que possui um desses rótulos-doença? Seus comportamentos não estão adequados ao que você gostaria? Primeira coisa: analise-se. Veja o que está acontecendo, em que momentos você apresenta seus sintomas, pesquise o assunto, procure se entender. Você é único e o que você está passando certamente é único e não é como uma gripe.
Depois de tudo isso, procure um profissional. Remédios não são totalmente desnecessários e inúteis, não é isso que quero dizer. Mas que o profissional deve saber o contexto e a vida da pessoa para entender porque ela se comporta dessa maneira, isso é importantíssimo para uma terapia adequada.
Ser único também não significa que não existam soluções. A solução será baseada em análise de suas circunstâncias de vida e jamais deve ser baseada em um contexto geral que cabe o mundo inteiro. Repito: você é único inserido no meio de tantas outras pessoas, todas tão igualmente diferentes.
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